Matheus Brandt e Livia Burberry sobem ao pódio no Pan Júnior de Assunção-2025

Matheus Brandt e Livia Burberry comemoram medalhas em Assunção-2025

Espadista brasileiro garantiu prata após enfrentar atleta olímpico na final e floretista levou o bronze, garantindo o Brasil com três medalhas por enquanto nos Jogos Pan-Americanos Júnior Assunção-2025

Da Assessoria de Comunicação da CBE

A esgrima do Brasil fez bonito mais uma vez nos Jogos Pan-Americanos Júnior. Livia Burberry, do florete feminino, e Matheus Brandt, da espada masculina, conquistaram duas medalhas no segundo dia de Assunção-2025. Brandt ficou com a medalha de prata, enquanto Burberry foi bronze. A campanha já supera a de Cali-2021 em número de pódios.

Com o bronze de Marcus Pinto no sabre masculino, no domingo, a esgrima brasileira já contribuiu com três medalhas para a campanha do Time Brasil. Em Cali-2021, Victoria Vizeu foi ouro na espada feminina, enquanto Pietra Chierighini ficou com a prata no sabre feminino. Nesta terça-feira (12), Giorgio Fumagalli, no florete masculino, e Ana Beatriz Fraga, no sabre feminino, completam a participação brasileira no Pan Júnior.

Vitória sobre norte-americano colocou Matheus Brandt na final

Matheus Brandt iniciou sua campanha com vitória diante do chileno Javier Ignacio Carmona, por 5 a 2. Em seguida, usou seu arsenal tático, praticando um jogo mais defensivo, para garantir uma vitória por 3 a 0 contra Alexis Mauricio Molina, de El Salvador. O brasileiro passou por um momento de susto contra Andre Daniel Emden Sanchez, de Porto Rico, quando viu seu rival empatar o confronto em 3 a 3, mas teve tranquilidade para aplicar mais dois golpes e ganhar por 5 a 3.

O confronto contra Isaac Dorati, do Panamá, segundo favorito da competição, foi muito disputado. Dorati ocupava a 21ª posição no ranking mundial utilizado para o chaveamento e já é o 168º do ranking mundial adulto da Federação Internacional de Esgrima (FIE). Matheus Brandt, 53ª colocado no ranking mundial juvenil, equilibrou bem o combate, levando-o ao ponto de ouro. No fim, o panamenho conseguiu o toque final, vencendo por 2 a 1, no que foi a única derrota do brasileiro na fase de poules.

Com três vitórias e uma derrota, ele passou em terceiro lugar e com um novo confronto marcado contra o espadista de Porto Rico, desta vez nas oitavas. O primeiro tempo, de três minutos, lembrou bastante o jogo da poule e o porto-riquenho chegou ao intervalo com vantagem de 5 a 4. Porém, Brandt conseguiu encontrar o caminho da vitória no segundo tempo e completou a partida em 15 a 8.

Nas quartas de final, o paulista enfrentou Ivan Salvador Groupierre, da Argentina. Após um início de muito estudo de ambos os lados, o primeiro tempo terminou com vantagem de 2 a 1 para Brandt. Com 1min30s do segundo período, ampliou a diferença e chegou a uma vantagem de 10 a 5. Na parte final, controlou o jogo com três toques simultâneos, alcançando os 14 pontos. Quando marcou o décimo quinto toque e selou a vitória por 15 a 10, comemorou intensamente a medalha garantida com a equipe brasileira, que fez muito barulho nas arquibancadas.

Na semifinal, Brandt trilhou um caminho parecido contra o norte-americano Daniel Yuan Gao. Ele começou muito forte e logo abriu 7 a 2. A partir daí, conseguiu segurar a vantagem confortável até o 11 a 7, quando, enfim, deslanchou e fechou o jogo na segunda oportunidade, em 14 a 8.

Na final, Matheus enfrentou Kurz Schembri, atleta das Ilhas Virgens, número 2 do ranking mundial juvenil e 62º do ranking adulto, e que disputou os Jogos Olímpicos Paris 2024. Eles já haviam se enfrentado em Assunção neste ano, nas quartas do campeonato pan-americano juvenil em fevereiro, com vitória de Schembri por 15 a 8. Os dois chegaram ao primeiro intervalo empatados em 5 a 5. No entanto, o atleta das Ilhas Virgens voltou mais forte e conseguiu a vitória por 15 a 7, conquistando a primeira medalha da história do país nos Jogos Pan-Americanos Júnior.

Apesar de bom desempenho nas poules, Matheus Brandt revelou que não se sentia muito bem no começo do dia

“Não vou mentir, eu cheguei hoje de manhã meio cansado, alguma coisa na minha cabeça. As minhas pernas não estavam acompanhando muito. Não estava otimista, vou ser sincero. Eu sabia que eu tinha total condição de medalhar, então tentei juntar tudo o que eu pensei desde que cheguei aqui: que tenho essa qualidade, que estou jogando bem. Todos os dias, eu botei na minha cabeça. Eu sonhava, dormia, acordava pensando na medalha e falava que ia ganhar essa medalha, era questão de tempo”, explicou o atleta de 18 anos ao fim do dia.

“Comecei meio mal o quadro de 16, mas recuperei e joguei bem. Acho que foi muito mais uma coisa mental do que uma coisa de jogo. Claro que eu consegui trabalhar melhor meu jogo, mas foi porque eu estava muito travado na primeira parte, nervoso. Tinha jogado com ele na poule e tinha umas ações que eu não conseguia fazer. Mas eu acho que também, quando eu vi que o jeito que eu estava jogando não estava certo,, nesse momento eu falei, tá, eu tenho que jogar. Consegui soltar e aí eu pude desenvolver o meu jogo melhor”, avaliou o paulista.

A medalha garantida não o relaxou para a semifinal, muito pelo contrário. “Eu acho que ganhar do argentino me motivou muito pra essa semifinal. Eu não conhecia o americano, eu fui jogando meu jogo, consegui controlar muito bem”, comentou Matheus, que ainda avaliou a final. “Era um cara que eu já conhecia muito, top 2 do mundo, foi mais pegado. Sem dúvidas, eu fui para ganhar, mas infelizmente não deu, mas fico muito contente com o resultado”, concluiu o atleta.

Livia Burberry também reencontrou norte-americana na semifinal

Lívia Burberry começou sua campanha com uma derrota para Iris Yang, dos EUA, por 5 a 0. Porém, ela se recuperou prontamente e venceu suas três partidas seguintes. Primeiro, derrotou Mariana Soriano, do Peru, por 5 a 1; e em seguida superou Mya Isabelle Hernandez, de Porto Rico, e Gabriela Maria Ines Sotelo, do Paraguai, ambas por 5 a 0.

Classificada em quarto na fase de poules, ela venceu em seguida a boliviana Victoria Montano por. 15 a 6 O confronto foi bastante disputado até o 6 a 6, momento em que a brasileira deslanchou no jogo e fez nove pontos seguidos para garantir vaga nas quartas.

Nas quartas de final, Livia enfrentou a argentina Maria Caterina Correa e começou com tudo. Após fazer os quatro primeiros pontos, já vencia por 8 a 2 na metade do primeiro tempo. Em seguida, o jogo ficou mais equilibrado, mas a brasileira conseguiu administrar a vantagem com certo conforto e venceu por 15-9.

A semifinal foi um reencontro com a norte-americana Iris Yang, que havia levado apenas um toque na fase de poules – justamente para Livia –, e avançou direto às quartas, onde venceu a peruana Mariana Lopez por 15 a 6. Livia saiu atrás, mas conseguiu ficar próxima no placar até os 4 a 3. Em seguida, a norte-americana ampliou, aos poucos, a vantagem, e Iris Yang avançou para a final com uma vitória por 15 a 7, garantindo o bronze para Livia.

“Minha campanha foi muito boa. Graças a Deus eu tenho minha equipe. Eu jogo muito, eles torcem muito e eu fiquei muito feliz. Quero agradecer a meu técnico, minha família, meus amigos e meus colegas de equipe”, avaliou a floretista de 17 anos.

Sobre os dois confrontos eliminatórios que lhe valeram a medalha, Livia disse que “eu sabia que elas gostavam de fazer algumas ações e mexer a lâmina delas bastante, então eu tinha que entrar, ser rápida e atacar mais, em lugares diferentes para que elas não percebessem”. Já contra a semifinal, em que reencontrou a norte-americana Iris Yang, Burberry explicou que elas treinaram juntas – com vitória da brasileira – e que as duas saem dos Jogos Pan-Americanos Júnior Assunção-2025 medalhistas e amigas.

“Eu joguei com ela na poule e ela me matou, foi 5 a 1. Eu precisei conversar com meus técnicos e entender o que eu fiz nos treinamentos, porque eu venci no treino, mas perdi no que importava. Nós trabalhamos juntos para entender o que ela estava começou a fazer e como ela conseguiu mais toques. Eu tentei mudar e dar o meu melhor. Acho que apesar de não ter vencido, foi um grande jogo, fiquei orgulhosa de como eu joguei”, comentou Livia.

Foto: Mateus Nagime/Olimpíada Todo Dia

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