Paris 2024 – Em grande fase, Rayssa Veras chega aos Jogos Paralímpicos buscando valorizar o esporte como qualidade de vida

Piauiense, que disputará a competição pela primeira vez, obteve ótimos resultados neste ciclo paralímpico
(Foto: Rosele Sanchotene/CBE)

Fato&Ação Comunicação – Assessoria de Imprensa da CBE

Se existe uma atleta da paraesgrima brasileira que chega a Paris vivendo a melhor fase de sua carreira, esta é Rayssa Veras. A piauiense de 28 anos, que pela primeira vez disputará os Jogos Paralímpicos, realizou um ciclo paralímpico notável, cujos resultados a credenciam na busca por grandes resultados.
Líder do ranking nacional da CBE no sabre A e no florete A (é atleta do Paulistano-SP), conquistou nesta temporada importantes títulos internacionais: foi campeã nas etapas da Copa do Mundo de Paresgrima do Brasil e do País de Gales.

Sem falar nos torneios nacionais, que tem vencido com autoridade. “Sempre fui muito ligada ao esporte. Na escola, fiz bastante atividade física, tive uma vida bastante ativa. Isso me ajudou na socialização junto às outras crianças. Na adolescência segui no esporte, fiz handebol e natação. Mas quando entrei na faculdade, dei um tempo, pois me concentrei nos estudos”, relembra.

Desafiando a deficiência

Natural de Teresina, Rayssa nasceu com pé torto congênito, e ainda criança sofreu a amputação de seu pé esquerdo – hoje em dia, utiliza uma prótese no local. Ela explica os detalhes de sua deficiência física.

“Nasci com o pé torto congênito e amputação natural dos dedos. Não tenho quatro dedos da mão esquerda e um dedo da direita. Com cinco anos e nove meses, amputei o pé esquerdo, que foi a deficiência que adquiri mais tarde na vida”, conta, dizendo que passou a praticar esportes mais intensamente após a amputação:

“O médico que me operou disse que eu poderia fazer tudo o que me propusesse a fazer. Levei isso ao pé da letra e fiz um pouco de tudo”, afirma Rayssa, que após experimentar várias modalidades esportivas, conheceu a esgrima.

Na faculdade, surge a esgrima

“A esgrima começou por acaso. Eu cursava Educação Física na Unicamp e conheci a modalidade por intermédio de um projeto de extensão universitária. Na verdade, quando ingressei na faculdade, tinha deixado o esporte de lado devido a uma má experiência na natação de alto rendimento. Até que, no segundo semestre de 2016, devido à insistência de uma colega e do professor de esgrima, concordei em fazer uma aula experimental”, recorda Rayssa, prosseguindo:

“Após três meses de treinamento, participei de uma competição e consegui ganhar medalha. Com isso, imaginei que se realmente me dedicasse, poderia conseguir bons resultados na esgrima”.

Mesmo se firmando no esporte e obtendo bons resultados, Rayssa relata que nunca nutriu um desejo concreto de disputar uma Paralimpíada, como fará agora, em Paris.

“Nunca tinha parado para pensar que poderia ser convocada para Jogos Paralímpicos. Não tinha muito isso na minha mente. O que gosto é de valorizar o processo de aprendizagem, me dedicar ao que estou fazendo. Se o resultado disso acontecer, será por consequência do meu trabalho. Mas, pensando bem, é surreal essa classificação, pois comecei na esgrima há pouco tempo. Na verdade, a ficha ainda nem caiu”, diz.

Levando-se em conta ser uma pessoa que sempre se dedicou ao esporte, ter a chance de estar em Paris para a maior competição esportiva do planeta possui um significado especial para Rayssa Veras.

“Considero como uma imensa oportunidade de divulgar a modalidade, minha principal meta hoje em dia. As pessoas com deficiência no Brasil ainda são muito marginalizadas, e precisam ser respeitadas. Se for uma atleta que perfoma em alto nível, que seja valorizada desta forma. Todo mundo á capaz de atingir seus objetivos, sejam quais forem. E melhorar a qualidade de vida é um grande prêmio”, conclui Rayssa.

FATO&AÇÃO COMUNICAÇÃO
Assessoria de Imprensa da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE)
Atendimento: Nelson Ayres[email protected]

Pular para o conteúdo