Maior expoente de nossa paraesgrima, gaúcho chega motivado à capital francesa para tentar chegar novamente ao pódio
(Foto: Rosele Sanchotene/CBE)
Fato&Ação Comunicação – Assessoria de Imprensa da CBE
Grande astro da paraesgrima nacional, medalhista de ouro e prata em Jogos Paralímpicos, segundo colocado no ranking mundial, Jovane Guissone será o principal nome do Brasil na modalidade em Paris. Aos 41 anos, o gaúcho vai lutar para chegar novamente ao pódio, fazer mais história (é o único brasileiro a conquistar medalhas paralímpicas na esgrima) e continuar inspirando seus fãs.
Jovane perdeu o movimento das pernas em 2004, de forma trágica: levou um tiro ao reagir a um assalto. “Desde o início, minha vida não foi fácil. Sou do interior do Rio Grande do Sul, tenho seis irmãos, e ajudava meus pais no trabalho da lavoura. Sonhava ingressar no Exército aos 18 anos, e assim fiz. Servi dois anos em Santa Maria e depois fui para Porto Alegre, trabalhar numa empresa de segurança. Foi trabalhando que levei o tiro durante o assalto”, conta.
Gratidão
Os dois anos que se seguiram ao infortúnio foram muito duros para Jovane. A reabilitação, revela, foi muito difícil devido à incerteza quanto ao seu futuro. Fez muita fisioterapia e seu primeiro contato com o esporte adaptado se deu com o basquete. “Foi quando conheci o Fábio Damasceno, que já era praticante da esgrima em cadeira de rodas. Ele me levou para conhecer a modalidade e enxerguei na esgrima uma possibilidade. Me dediquei bastante e entrei de vez no esporte”, lembra Jovane, que passou a se dedicar integralmente à modalidade em 2008.
“Quando sofri o assalto e levei o tiro, a única coisa que pedi a Deus foi ficar vivo. Na verdade, foram dois tiros, um deles atingiu o baço, o pulmão e a espinha, quase me levando à morte. Hoje tenho a oportunidade de estar representando o Brasil mundo afora e colaborando para difundir nossa modalidade. Trazer títulos para o Brasil é algo que não tem preço. A esgrima me deu muita coisa, construí minha família, fiz muitos amigos… Muitas portas se abriram e só tenho a agradecer”, diz.
Os pódios
Em Londres-2012, Jovane Guissone conseguiu um feito inédito e histórico: foi campeão paralímpico da espada, vencendo a final contra Chik Sum Tam, de Hong Kong, por 15 a 14. Nos Jogos do Rio-2016, foi eliminado nas quartas de final. Em Tóquio 2020 ficou com a prata após disputar a final contra o russo Alexander Kuzyukov.
“Confesso que esperava ganhar medalhas, mas não nesse nível. Foi tudo muito rápido: com quatro anos de esgrima, me classifiquei a uma Paralimpíada e me tornei campeão. Depois, no Rio, perdi por detalhes. Já em Tóquio, voltei a subir ao pódio. É fruto de trabalho, persistência. Não desistir de seus objetivos e trabalhar cada vez mais”, receita o campeão, falando sobre o que espera dos Jogos de Paris:
“Estou muito bem preparado. Realizei o trabalho que precisava ser feito e agora é colocar em prática tudo o que foi desenvolvido as longo desses quatro anos. Entrar bem focado, bem ligado, ainda mais agora, já que o regulamento mudou e passou a ter eliminação direta. É importante estar tranquilo e acreditar sempre na vitória”.
Campeão brasileiro por 16 vezes consecutivas, Jovane compete tanto no florete B quanto na espada B – esta, sua arma de preferência, com a qual fez história em Jogos Paralímpicos. Chega a Paris motivado e confiante. Em maio, no Campeonato Regional das Américas, disputado em São Paulo, foi campeão individual na espada B, no florete B e também por equipes – nas duas armas.
Em sua última competição internacional antes dos Jogos Paralímpicos, em julho, conquistou medalha de bronze na etapa de Varsóvia, Polônia, da Copa do Mundo de Esgrima em Cadeira de Rodas. Agora, a meta de Jovane Guissone é voltar ao pódio em Paris: se a medalha vier, afirma que ela será dedicada aos seus três filhos.
FATO&AÇÃO COMUNICAÇÃO
Assessoria de Imprensa da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE)
Atendimento: Nelson Ayres – [email protected]
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