Mirani Fernandes é eleita para Comissão da Mulher da FIE pelo segundo mandato consecutivo

Brasileira é a única da América do Sul no colegiado; conselho vai ter como agenda principal a conscientização e a busca pela equidade na esgrima

*Mirani Fernandes vai para o segundo mandato no Conselho da Mulher na FIE. Foto: Peter Brigola/Arquivo Pessoal*

José Augusto Assis – Fato&Ação Comunicação – Assessoria de Imprensa da CBE

O Brasil terá por mais um ciclo uma representante na entidade-mor da esgrima: Mirani Fernandes foi eleita para mais um mandato no Conselho da Mulher e Esgrima na Federação Internacional de Esgrima (FIE). Com uma agenda voltada para uma modalidade mais inclusiva, a brasileira está feliz por poder dar continuidade ao trabalho iniciado no ciclo olímpico anterior.

Mirani é, atualmente, a única representante da América do Sul e foi eleita pela primeira vez no início do período para a Olimpíada de Tóquio. Desde 2017 no Conselho, ela vai para o seu segundo mandato com um objetivo semelhante à época de sua entrada: a de buscar a equidade na esgrima.

“Esse ciclo vai ser a continuidade do ciclo passado. Nós tínhamos o objetivo, por estatuto, de ter 30% de mulheres em cada comissão e conselho e, na última eleição, nós conseguimos atingir essa porcentagem. No ciclo atual, estamos focados para a parte de equidade, de mostrar que a gente tem de ter as mesmas oportunidades”, explicou a conselheira.

Para colocar isso em prática, ela explicou que o ciclo vai ter um grande enfoque na conscientização. Para ela, o trabalho do Conselho da Mulher vai ter um caráter informativo muito grande, tentando alcançar sempre os mais jovens para causar um impacto no futuro.

A brasileira também lembrou de uma das políticas fortes da FIE, que é o ‘Safe Sport’ (‘Esporte Seguro’, em tradução literal). Nela, a federação se compromete a sempre incentivar e promover um ambiente harmonioso e respeitoso para todos os praticantes da modalidade.

“O ciclo vai ser de liderança e conscientização. Vamos abordar o que é equidade, igualdade, inclusão e quais são os desafios para conseguirmos isso. Nós temos a bandeira do Safe Sport, que aborda a parte do assédio, do abuso e do preconceito. O objetivo é sempre procurarmos um esporte que seja confortável e saudável em todos os ambientes”, disse.

Mirani complementou: “Esse é um trabalho que fazemos junto à Comissão Legal e a de Disciplina, porque a atuação da situação não é nossa (Conselho da Mulher), é disciplinar e de lei. Nós entramos na parte de conscientizar, em mostrar como podemos ter um melhor convívio, como falar sem ofender os outros, como se comportar em diferentes culturas, são nesses assuntos, nessa área mais informativa que vamos focar”.

Além de Mirani Fernandes, o Conselho da Mulher e de Esgrima é composto por mais dez integrantes: Helen Smith e Caitlin Fox-Harding, da Austrália; Huda Al Matrooshi, dos Emirados Árabes Unidos; Melissa Alvarenga, de El Salvador; Maria Cristina Bate, de Filipinas; Ahmed Gana, da Argélia; Svetlana Petronijevic, da Sérvia; Michael Stafford, da África do Sul; Georgina Usher, do Reino Unido; e Iris Vlachoutsicos, da Grécia.

Sobre as mudanças que o Conselho da Mulher pode causar, ela admite que é uma das mais otimistas do grupo. Considerando o trabalho que tem pela frente, Mirani acredita que muita coisa pode mudar em 20 anos dependendo da forma como atuarem.

“Eu sou a mais otimista do grupo e, talvez, em 20 anos, a gente consiga sentir alguns resultados do que estamos plantando na esgrima, desde o tipo de tratamento à qualidade de operação e aumento do número de mulheres atuantes. É importante que não vejam a mulher apenas como secretária ou background de alguém, pois infelizmente ainda existe muito isso. Tenho a esperança de que, no futuro, viveremos um cenário mais igual”, concluiu.