Paris 2024 – Munido de superação para vencer desafios, Vanderson Chaves vai mostrar sua fibra nos Jogos Paralímpicos

Acostumado a dificuldades, atleta gaúcho espera que a Cidade Luz represente mais uma redenção em sua vida
(Foto: Rosele Sanchotene/CBE)

Fato&Ação Comunicação – Assessoria de Imprensa da CBE

O esporte paralímpico é feito por histórias de superação. E enfrentar dificuldades sempre foi algo presente na vida de Vanderson Chaves. De origem humilde, criado na periferia de Porto Alegre, sonhava ser jogador de futebol. Contudo, aos 12 anos foi vitimado após um acidente causado por uma arma de fogo: uma bala atingiu sua medula e o tornou cadeirante. Isso antes da esgrima entrar em sua vida. Uma vida que, por sinal, sempre lhe reservou grandes desafios.

“Quando criança, só queria saber de futebol. Vivia nos campinhos de minha comunidade correndo, jogando. Foi quando aconteceu o acidente com a arma: o tiro pegou no meu pescoço e atingiu a medula e perdi o movimento das pernas. Foi um impacto muito grande para mim. Pensei que não poderia fazer mais nada na vida depois daquilo. Ainda não havia travado contato com outras pessoas com deficiência, não conhecia o esporte paralímpico. Portanto, achava que era o fim”, relembra.

Vanderson conheceu o esporte paralímpico por intermédio de um projeto social que havia em sua escola. No início, praticou basquete e tênis em cadeira de rodas com a colaboração dos colegas, que jogavam com as regras do esporte adaptado. Até que, ao fazer uma entrevista de emprego em Porto Alegre, conheceu Maurício Stempniak, atleta paralímpico da esgrima. Ele o apresentou à modalidade que mudou sua vida.

“Conhecer a esgrima mudou tudo para mim. Consegui dar continuidade ao meu sonho de infância, que era ser atleta. Agora, vou disputar Jogos Paralímpicos pela terceira vez (esteve no Rio, em 2016, e em Tóquio, em 2020). É muito gratificante para mim estar no maior evento esportivo do mundo representando o meu país, não sendo um novato nesta competição. É uma sensação de dever cumprido, sobre tudo o que fiz, treinar, não desistir, deu resultado”, declara, completando:

“Poder realizar esse sonho sendo uma pessoa com deficiência, preta, vinda de uma comunidade… Apesar de todas as dificuldades, consegui superar os obstáculos e, hoje em dia, servir como exemplo para os novos atletas. Me sinto gratificado”.

Enchente

Disputar os Jogos Paralímpicos de Paris representará um verdadeiro renascimento para Vanderson Chaves. Ele sofreu prejuízos materiais após a enchente ocorrida este ano no Rio Grande do Sul. Residia no andar térreo de um edifício em Porto Alegre e teve seu apartamento invadido e devastado na enchente, perdendo todos os seus bens. Teve o apoio de amigos, da CBE e de uma vaquinha virtual organizada para ajudá-lo. Mesmo assim, seguiu treinando e manteve seu foco em Paris.

“Sempre fui um cara resiliente, acostumado às dificuldades. Quando a enchente ocorreu, ainda faltavam duas competições que valiam pontos visando a classificação a Paris. Foquei no meu objetivo e agradeço aos meus colegas, ao meu clube (Grêmio Náutico União-RS), pois foi a energia deles que ajudou a me manter no rumo”, afirma Vanderson, que se julga mais experiente do que nas Paralimpíadas anteriores que disputou e, por isso mesmo, na expectativa por bons resultados.

Líder do ranking nacional do sabre B, sua arma de preferência, Vanderson obteve a classificação para competir em Paris pelo ranking olímpico, gerenciado pela World Abilitysport (WAS). Ele quer mostrar sua fibra e lutar por uma medalha que, por sua história de vida e determinação, merece conquistar.

FATO&AÇÃO COMUNICAÇÃO
Assessoria de Imprensa da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE)
Atendimento: Nelson Ayres[email protected]

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