Jovem confirma a tradição da família na paraesgrima, repetindo o feito do pai, que já disputou a mais importante competição
(Foto: Rosele Sanchotene/CBE)
Fato&Ação Comunicação – Assessoria de Imprensa da CBE
O caçula entre os atletas brasileiros da paraesgrima, Kevin Damasceno, conta os minutos para iniciar sua primeira participação nos Jogos Paralímpicos. Ele chega a Paris credenciado por seus bons resultados no ciclo paralímpico, entre os quais estão um título mundial sub-23 e dois pódios em Copas do Mundo.
Para Kevin, de apenas 20 anos, o esporte é uma tradição de família. Ele é filho de Fabio Damasceno (que disputou os Jogos Paralímpicos Rio 2016 e segue competindo), com quem costuma travar duelos ferrenhos nas competições nacionais. Gaúcho de Esteio, Kevin conta como ingressou na modalidade e como a esgrima impactou sua vida.
“Pratico esgrima há cerca de oito anos, levado pelo meu pai. Antes, tinha poucas ocupações, me dedicava aos estudos e levava uma vida bastante caseira. Depois, tudo mudou na minha rotina. Adquiri mais confiança. O esporte me mostrou que, mesmo com minha deficiência, eu era capaz de realizar muita coisa”, diz Kevin, explicando a origem de sua deficiência física:
“Nasci com meningomielocele (má formação na coluna), que me dificultou os movimentos das pernas, pois atingiu a medula. Cresci praticamente dentro do hospital; até os 12 anos de idade, realizava exames todo mês. É a maior lembrança da minha infância.”
Em nome do pai
Kevin vê o pai como um exemplo. Fabio Damasceno também era atleta de alto nível, inclusive da seleção (fez parte da equipe que disputou os Jogos do Rio 2016), e foi sua principal inspiração.
“Meu pai é meu espelho. Jamais desistiu de seus sonhos e de fazer as coisas, mesmo tendo dificuldades por estar numa cadeira de rodas. Quando eu era criança, em razão da minha deficiência, eu tinha vergonha e não interagia muito com outros meninos. Até que pedi a meu pai que me levasse para conhecer a esgrima, e passei a encarar o esporte e a vida de outra forma”, afirma Kevin, que começou a treinar aos nove anos, parou por um tempo e voltou a competir aos 14.
Campeão mundial
Kevin Damasceno chega a Paris após um ciclo paralímpico de muito sucesso. Em 2022, foi campeão mundial da categoria sub-23, em uma competição disputada em São Paulo. Em 2023, conquistou duas medalhas de bronze em etapas da Copa do Mundo, na Coreia do Sul e na Tailândia. Atleta do Grêmio Náutico União-RS, ele ocupa a liderança do ranking nacional no florete e no sabre.
“Quando era pequeno e ainda não praticava esgrima, via meu pai viajando muito para disputar competições e sempre tive vontade de viajar também. Devido ao esporte, pude conhecer muitos lugares do mundo. Agora vou a Paris, um lugar que sempre tive vontade de conhecer. Só via pela TV, e agora estarei lá. É um lugar muito bonito”, declara Kevin, falando sobre sua alegria ao receber a confirmação de que estava convocado para disputar os Jogos Paralímpicos deste ano.
“Fiquei muito feliz, principalmente pela minha idade, por conseguir participar de uma Paralimpíada tão novo. Assisti aos Jogos Olímpicos pela TV e estou ansioso para conhecer a Vila Olímpica. Paris é um lugar muito bonito, com a Torre Eiffel, os monumentos… Até mesmo para conhecer a comida de lá”, conclui Kevin, um rapaz que, quando menino, tinha receio de sair de casa sozinho, e agora viaja mundo afora fazendo o que gosta: jogar esgrima.
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