Paraesgrima

História e Desenvolvimento da Esgrima em Cadeira de Rodas

A Esgrima em cadeira de rodas (PARAESGRIMA) foi desenvolvida pelo neurologista alemão, naturalizado britânico, Sir Ludwig Guttmann, no Hospital Stoke Mandeville na Inglaterra e apresentada ao mundo nos Jogos Paralímpicos de 1960 em Roma.

Em 1948, Ludwig Guttman organizou uma competição esportiva que envolvia veteranos da Segunda Guerra Mundial com lesão na medula espinhal, em Stoke Mandeville, na Inglaterra.

A Evolução da Esgrima em Cadeira de Rodas nas Paralimpíadas

Quatro anos mais tarde, competidores da Holanda uniram-se aos jogos e, assim, nasceu um movimento internacional. Jogos no estilo olímpico, para atletas deficientes, foram organizados pela primeira vez em Roma, em 1960, portanto é uma das modalidades mais antigas das Paralimpíadas.

Até 1955 as regras da esgrima em cadeira de rodas ainda não estavam completamente definidas. Graças a entrada do esporte no cronograma dos Jogos Paralímpicos, a França propôs um novo regulamento, baseado nas normas da Federação Internacional de Esgrima (FIE).

Somente quatro anos depois da estreia, nos jogos de Tóquio, é que foram realizadas competições das três categorias do esporte: sabre, florete e espada. A princípio, mulheres poderiam competir apenas florete. A partir de 1972 elas começaram a disputar também na espada.

Categorias

Atletas com bom equilíbrio sentado, sem suporte de pernas e braço armado normal, como paraplégicos da T10 à L2. Atletas tanto com pequenos resquícios de amputação abaixo do joelho ou lesões incompletas abaixo da D10 ou deficiências comparáveis podem ser incluídos nesta classe, desde que as pernas ajudem na manutenção do equilíbrio sentado. Atletas com um bom equilíbrio sentado e com suporte das extremidades superiores e braço armado normal, como lesões abaixo da C4 ou deficiências comparáveis.

Limitações mínimas – Deficiência dos membros inferiores comparável a amputações abaixo do joelho.

Classes: 3 e 4

Atletas com total equilíbrio sentado e braço armado normal, membros inferiores sem funcionalidade ou com grande comprometimento de funcionalidade, com paraplegia do tipo T1/T9 ou tetraplegia incompleta com sequelas mínimas no braço armado e bom equilíbrio sentado.

Limitações mínimas – Deficiência dos membros inferiores comparável a amputações abaixo do joelho.

Classe 2

Atletas sem equilíbrio sentado, que têm limitações no braço armado, não possuem extensão eficiente do cotovelo em relação à gravidade e não possuem função residual da mão, há extensão funcional do cotovelo mas não há flexão dos dedos fazendo com que seja necessário fixar a arma com uma atadura ou bandagem.

Classes: 1A e 1B

Saiba mais sobre a classificação de atletas da Paraesgrima

A classificação dos atletas serve para:

definir quem é elegível para competir na Paraesgrima IWAS e, consequentemente, quem tem a oportunidade de atingir a meta de se tornar um Atleta Paralímpico; e agrupar os atletas em classes esportivas que visam garantir que o impacto da limitação seja minimizado e para que a excelência esportiva determine qual atleta ou equipe é a vencedora.

São profissionais que realizam o curso de classificação oferecido pela confederação nacional ou internacional, podendo ser profissionais:

da área da saúde – médicos ou fisioterapeuta; ou com um extenso treinamento ou outro histórico relevante na esgrima em cadeira de rodas; ou que tenham qualificação acadêmica reconhecida e respeitável que englobe um nível necessário de conhecimento anatômico, biomecânico e específico para a esgrima em cadeira de rodas.

São elegíveis para a paraesgrima / esgrima em cadeira de rodas, atletas com deficiência locomotora.

Deficiência de membros

  • Amputação pelo tornozelo (amputação de Syme) ou;
  • Dismelia resultando na ausência de uma articulação completa do tornozelo.

Força muscular prejudicada

  • Diminuição da força muscular de pelo menos 20 pontos em um membro inferior ou;
  • Uma diminuição de pelo menos 25 pontos em ambos os membros inferiores , que engloba tornozelo (inversão, eversão, flexão plantar e dorsiflexão), joelho (flexão e extensão), do quadril (flexão e extensão e adução e abdução).

Ataxia :

atletas com ataxia devem apresentar alteração no:

  • equilíbrio
  • marcha
  • coordenação
  • o movimento atáxico deve ser claramente evidente para o painel de classificação durante a avaliação.

Amplitude de movimento passiva prejudicada

  • Anquilose completa em uma articulação do tornozelo, ou
  • Amplitude de movimento prejudicada que resulta em déficit funcional nos membros inferiores comparável à perda de força muscular descrita em 2.2.
  • Diminuição da ADM de pelo menos 20 pontos em um membro inferior ou pelo menos 25 pontos em ambos os membros inferiores, que engloba tornozelo (inversão, eversão, flexão plantar e dorsiflexão), joelho (flexão e extensão), do quadril (flexão e extensão e adução e abdução).

Hipertonia

  • Atletas com hipertonia devem apresentar grau 1 ou 1+ na Escala Modificada de Ashworth ou 4 pontos no Escore de disfunção da ADM, e devem apresentar déficit funcional nos membros inferiores restringindo o movimento articular.

Atetose :

a atetose deve ser claramente evidente e pelo menos um dos seguintes aspectos deve ser observado:

  • Movimento involuntário dos dedos dos pés ou extremidades inferiores, apesar do atleta tentar permanecer parado.
  • Movimento involuntário das extremidades superiores que afeta o equilíbrio e a marcha. Incapacidade de manter o corpo parado – oscilação do corpo.
  • Postura atetóide característica dos membros e/ou tronco.
  • O atleta não será elegível se os movimentos atetóides da face forem a única deficiência.
  • Dor;
  • Função auditiva comprometida;
  • Tônus muscular baixo;
  • Hipermobilidade articular;
  • Instabilidade articular, como: instabilidade no ombro, luxação recorrente de
  • articulação;
  • Resistência muscular comprometida;
  • Funções reflexas motoras prejudicadas:
  • Funções cardiovasculares prejudicadas;
  • Funções respiratórias prejudicadas;
  • Funções metabólicas prejudicadas;
  • Tics e maneirismo, estereótipos e perseverações motoras.

Indica se um atleta será, ou não, obrigado a realizar a avaliação no futuro e se a classe esportiva do atleta pode ser objeto de protesto. O status de classe pode ser:

  • Nova (new N) – atleta novo que irá passar pela classificação antes do início da competição;
  • Revisão (review R) – quando a banca de classificação não consegue fechar totalmente o quadro de avaliação do atleta. Em bancas de classificação com apenas 1 avaliador, o atleta também só pode receber status de revisão (R). Nesses casos, o atleta precisa passar novamente por outra banca de classificação.
  • Confirmada (confirmed C) – atleta com classe confirmada não precisa mais passar pelo processo de classificação novamente, a não ser que seja solicitado revisão médica (medical review), protesto ou mudança no sistema de classificação.
    * importante ressaltar que um atleta com classificação nacional precisa passar pela classificação internacional antes de sua participação em evento internacional.

Nacionalmente a classificação ocorre em eventos esportivos organizados pela CBE, nos quais esteja prevista a realização de Classificação Funcional.

Em eventos internacionais o processo de classificação funcional é organizado pela IWAS.

  • Solicitar ao médico preenchimento do formulário de diagnóstico médico;
  • Organizar exames de imagem, caso tenha disponível;
  • Imprimir e assinar o termo de consentimento para classificação funcional.
  • O atleta pode estar acompanhado de um membro da equipe;
  • Documento de identidade;
  • Termo de consentimento para classificação funcional;
  • Formulário de diagnóstico médico assinado pelo médico;
  • Sua própria cadeira de jogo;
  • Faixas e tiras de fixação (strap) do atleta à cadeira;
  • Sua própria arma com fixações à mão, quando necessário;
  • Roupas de fácil remoção, já que pode ser solicitada remoção de vestimenta durante a avaliação. Sugere-se que atletas do sexo feminino possam trajar top no dia da avaliação.

Indica se um atleta será, ou não, obrigado a realizar a avaliação no futuro e se a classe esportiva do atleta pode ser objeto de protesto. O status de classe pode ser:

Nova (new N) – atleta novo que irá passar pela classificação antes do início da competição;
Revisão (review R) – quando a banca de classificação não consegue fechar totalmente o quadro de avaliação do atleta. Em bancas de classificação com apenas 1 avaliador, o atleta também só pode receber status de revisão (R). Nesses casos, o atleta precisa passar novamente por outra banca de classificação.
Confirmada (confirmed C) – atleta com classe confirmada não precisa mais passar pelo processo de classificação novamente, a não ser que seja solicitado revisão médica (medical review), protesto ou mudança no sistema de classificação.
* importante ressaltar que um atleta com classificação nacional precisa passar pela classificação internacional antes de sua participação em evento internacional.

Existem duas formas de solicitar uma nova classificação:

1 – Durante a competição – protesto:

  1. Após a divulgação da classe, o atleta tem 1 hora para entrar com o pedido ao chefe da classificação. Se a notificação da classificação for realizada apenas durante a competição, após observação em jogo, o atleta tem 15 minutos para solicitar o protesto.
  2. Preencher o formulário de protesto, e justificativa fundamentada nas regulamentações. Esses documentos devem ser enviados ao chefe de classificação.
  3. A CBE não cobra taxa para pedidos de protesto

2 – Fora do período de competição – medical review (revisão médica):

  1. Revisão Médica deve ser feita se uma mudança na natureza ou grau de deficiência de um atleta alterar a capacidade de execução de tarefas e atividades específicas exigidas por um esporte, de uma maneira que seja claramente distinguível das mudanças atribuíveis aos níveis de treinamento, condicionamento físico e proficiência
  2. É necessário preencher o formulário de Revisão Médica.
  3. A CBE não cobra taxa solicitação de revisão médica